domingo, 19 de outubro de 2008

O livro perdido...


Olá!



Perdi um livro. É uma sensação terrível. É como perder alguém, mesmo. Um livro é alguém, alguém que por dois ou três dias convive comigo. E que, depois dessa convivência, vai para a estante, à mão para que eu volte a esse convívio quando desejar. Os livros são memórias que se acumulam, ad infinitum.


Pois perdi uma dessas memórias. O livro em questão é "Kitty aos 22: divertimento", do capixaba Reinaldo Santos Neves. Comprei-o há alguns meses, num sebo em Vitória. Guardava-o para o momento oportuno, como faço com os livros que compro. Nunca os leio de chofre, assim. Dou um tempo para eles e para mim. Então, no momento certo, começo a lê-los. Assim o foi com o livrinho de capa vermelha, que passei a chamar de Kitty. A história me prendeu (não vou contá-la aqui, porque não se trata disso), por isso levei-o para a praia, ontem. E então, sem que eu seja capaz de dizer como, ele extraviou-se. Extraviou-se sem que eu concluísse a leitura. Faltavam poucas páginas, a história se encerrava. Mas perdeu-se antes do fim. Não se concluiu, ao menos para mim.


Por isso essa sensação terrível, de plena angústia, a macular meu domingo. Por isso, a quem interessar possa, procura-se um livro.


Do Jorge.