quinta-feira, 5 de junho de 2008

Tarde salva

Olá,


Já disse que tenho verdadeira adoração pela tarde e suas pequenas (e belíssimas) epifanias. Pois hoje, foi Bach quem salvou a minha: a mesa caudalosa de papéis e diários escolares, provas a corrigir e um livro técnico sobre Camões para dissecar (já pensando na aula da semana que vem, ô cabeça que não pára), já ia adiantado o meu estado de estresse. Mais eis que Bach! Pus Bach para tocar no som, "A Paixão Segundo São Mateus" e pronto. Fiquei salvo. A música de Bach (que é a voz de Deus, creio nisso) me faz me sentir como o náufrago que, à deriva, recebe o valioso bote e é grato por esse gesto a vida inteira. Por isso me sinto salvo para sempre. Ou pelo menos salvo esta tarde inteira.

Do Jorge.