Pessoal,
A tarde: entre livros, pesquisando, escrevendo... na vitrola, João (porque, melhor que o silêncio, só ele mesmo), cantando baixinho, em "inaudível som". Faço uma pausa e faço o café. Forte, o faço sem filtro. Como gosto. E, parado no meio da sala, xícara em riste, a revelação do dia: Cecília Meirelles! Lembro com a clareza de quem se prepara para recitar:
"Quarto Motivo da Rosa"
Não te aflijas com a pétala que voa: t
ambém é ser, deixar de ser assim.
Rosas verá, só de cinzas franzidas, mortas,
intactas pelo teu jardim.
Eu deixo aroma até nos meus espinhos ao longe,
o vento vai falando de mim.
E por perder-me é que vão me lembrando,
por desfolhar-me é que não tenho fim.
Suspiro, profundamente. A xícara agora está rasa. Só.
Do Jorge.