terça-feira, 24 de maio de 2011

Esta manhã


Olá!



Lido nesta manhã, numa página de Ferreira Gullar:


(...)
E penso, quantas manhãs virão ainda na história da Terra?


(IN: Perda. "Barulhos", 1987)



Pensei naquela manhã, não tão longínqua, mas para sempre vívida na memória, no início deste ano: a manhã em que vi, maravilhado, os Andes pela janela do avião. No fone, ouvia as Variações Golberg, de Bach, e pensei quando me seria concedido ver uma manhã como essa. Tentei escrever sobre ela e o sentimento se perdeu, tão cristalino que intocável na mente. E eis que hoje, uma outra manhã, aqui, em São Mateus, reencontro o sentimento, traduzido poeticamente por Gullar. E, como ele, me pergunto, quantas manhãs, ainda?




Do Jorge.

(P.S.: a foto é minha, momento visual daquela manhã perdida e hoje reencontrada).






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