sexta-feira, 4 de abril de 2008

VIVA CAZUZA



Hoje Cazuza faria 50 anos, se a aids não tivesse ceifado sua vida tão brevemente. Cantor, grande apaixonado pela vida, sobretudo poeta, Cazuza sintetizou em sua metórica trajetória todos os anseios de uma geração que estava pedindo voz e vez, a geração pós-64, a tal geração coca-cola, no dizer do Renato Russo. Ele foi tudo isso e muito mais. Trovador, soube como poucos colocar-se na pele de outros eus para escrever algumas das mais belas letras de amor do nosso cancioneiro. Roqueiro, sem perder a qualidade, explodia em cada show, detonando toda a nossa força e nossa fragilidade, a vontade imensa de participar das coisas que a nossa geração tinha. Digno, soube morrer. Um dos últimos (e antológicos) shows dele começou com uma interpretação emocionada de "Vida louca vida", cujos versos agora ecoam: "Vida louca vida / vida breve / já que eu não posso te levar / quero que você me leve". Cantando com o coração, magro e debilitado, ele deixou que a vida o levasse. Por que ela e ele tinham um pacto. Ele tinha sabido vivê-la, exagerado, intenso e poético, ele tinha sugado tudo dela. Por isso, não lhe dóia que ela agora o sugasse.




Abraço,




Do Jorge.

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